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Portugal está condenado a ser um país pobre?
Notícias e Destaques 13 Dez 2023 Portugal está condenado a ser um país pobre? Esta questão foi respondida na conferência organizada pela Rádio Renascença, em parceria com o Município
 
A Renascença e a Câmara Municipal de Gaia voltaram a juntar esforços para debater os grandes desafios do país, propondo sempre novos caminhos e respostas. Num país empobrecido, é urgente debater o papel dos empresários, gestores e trabalhadores no aumento da produtividade do país. Este foi o mote para a realização de mais uma conferência intitulada «Portugal: um país condenado a ser pobre?» 

Será que há um défice de formação dos próprios empresários? Será possível apostar mais na qualificação dos trabalhadores e extrair um benefício imediato desse processo para os ganhos de produtividade? O aumento dos salários é uma impossibilidade? Como podem as nossas empresas atrair e reter quadros num ambiente global competitivo? A relação entre gestores, empresários e trabalhadores tem de mudar? Estas e outras perguntas foram respondidas numa sessão que reuniu vários especialistas a 13 de dezembro, no Auditório Manuel Menezes de Figueiredo e que contou com o testemunho de encerramento do ministro da Economia, António Costa e Silva. Fique com algumas das principais ideias deixadas:

"Enquanto o lucro pelo lucro for o objetivo da economia, não sairemos desta espiral negativa. É importante rever a distribuição da riqueza e como ela é dedicada às pessoas e à dignidade humana. A economia tem de estar ao serviço das pessoas. O lucro não pode ser o primeiro nem o principal objetivo das políticas económicas” – Cónego Paulo Franco, presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia

"Acredito muito que a resposta ao combate à pobreza passe pelas dinâmicas que as Câmaras podem trazer às populações. Estamos a contribuir com a nossa parte, apesar de sabermos que ainda há muito para fazer” – Dário Silva, vereador da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

"A principal prioridade do país deve ser voltar a crescer e crescer de forma prolongada, sustentada e no médio e longo prazo acima de 3% porque só isso nos permite voltar a convergir com a União Europeia, não ser ultrapassado pelos outros países da coesão e podermos proporcionar melhores salários, sobretudo às gerações mais novas" – Joaquim Miranda Sarmento, economista e líder parlamentar do PSD

"Não devíamos pensar em começar por fazer um Rolls Royce, mas sim uma trotinete, isto é, o mínimo produto viável, para que as nossas empresas sejam mais produtivas. É um processo que exige muita qualificação dos nossos empresários, dos nossos recursos humanos, que atualmente são já muito valorizados. Começamos com uma trotinete, depois se calhar passamos para a bicicleta, da bicicleta para a mota, da mota para o carro e por aí fora. Planeando, tendo políticas públicas estáveis e flexíveis” – António Castro, Inovagaia

"Não me revejo de forma nenhuma na fixação de salário mínimo. É um valor referencial. As empresas têm de adotar uma política de ter pessoas felizes no ambiente de trabalho, de ter pessoas equilibradas e de fixação das pessoas nas empresas com estabilidade. Hoje, cada vez mais, cada trabalhador na empresa e de qualquer empresa é detentor do 'know-how' da própria empresa. O que estava na mão do empresário cada vez mais está a ser transferido pelas tecnologias para os colaboradores, mesmo ao nível daqueles que ganham menos. Urge a valorização das pessoas e da componente da produtividade e estratégia intrínseca da empresa” – José Manuel Fernandes, presidente do Conselho Geral da AEP

"Somos um país muito, muito pobre. Pior que isso: a sociedade portuguesa é demasiado condescendente com a pobreza. Quase só nos soa a pobreza material e a pobreza é muito mais do que isso. Não se vê a pobreza nas suas dimensões todas” – Carvalho da Silva, coordenador do COLABOR

"Temos, neste momento, o maior envelope financeiro da História de Portugal, com ainda os últimos envelopes do 2020, o PRR e o 2030... e, se não conseguirmos com isto estimular a economia, de facto é muito frustrante. E uma das razões é que, no âmbito do PRR, grande parte disto foi... não quero dizer rapinado nem sequestrado..., mas foi tudo captado pelo Estado. Foi uma oportunidade completamente perdida” – Rafael Campos Pereira, vice-presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal)

"Hoje são as pessoas que escolhem as empresas. A nova geração vê o mundo do trabalho de uma forma diferente. Copenhaga ou outra cidade europeia qualquer está à distância de um bilhete de 50 euros na Ryanair e até podem trabalhar a partir de casa” – Ricardo Costa, Associação Empresarial do Minho

"Se perguntarmos aos empresários quais são os benefícios fiscais a que têm direito, a maioria não saberia dizê-lo (…) Muitas vezes os nossos benefícios fiscais surgem para premiar um comportamento que a empresa já teria mesmo sem o benefício. Os incentivos deveriam vir antes” – João Cerejeira, Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho 

"Temos de conjugar múltiplos fatores para acelerarmos a mudança, face aos constrangimentos que existiram em 2022 e 2023. Em 2022 a economia cresceu 6,8%, o maior crescimento da economia portuguesa desde 1987 e o segundo maior no âmbito da União Europeia. Em 2023, estamos a fechar os números, mas muito provavelmente vamos crescer cerca de 2,2%. Eu era das pessoas que acreditavam que se não houvesse mais convulsões que poderíamos chegar aos 3%, que são absolutamente importantes para mantermos uma trajetória de convergência com a União Europeia” - António Costa e Silva, Ministro da Economia