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04 Fev 2022
Observatório da Pessoa Idosa está a ser implementado
Projeto terá a duração de dois anos
O Observatório da Pessoa Idosa surge da necessidade de se dar resposta ao desafio do envelhecimento populacional, realçado pela atual pandemia, e melhorar a prestação de cuidados à população adulta mais velha residente em Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI), na Área Metropolitana do Porto.
Este projeto do Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL), da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, coordenado e implementado por uma equipa de investigadores (Duarte Barros, Joana Carvalho, Elisa Marques e José Magalhães) consiste, numa primeira fase, na avaliação compreensiva e monitorização de parâmetros relacionados com a fragilidade, função física e cognitiva, bem como a funcionalidade diária. Esta avaliação global possibilita a identificação do perfil de necessidades de cada utente, o qual permite o desenho de um plano individualizado de atividades e intervenções prioritárias. Neste sentido, os resultados individuais obtidos serão partilhados com cada instituição. Uma segunda fase consiste na intervenção com exercício físico direcionado à população identificada como frágil, com o objetivo de mitigar, melhorar ou reverter o declínio funcional e a progressão da fragilidade.
De um ponto de vista prático, pretende-se com este projeto desmistificar a ideia de que a prática de exercício físico é contraindicada na população mais fragilizada, demonstrando o seu contributo essencial como parte integrante de modelos de cuidado que promovam a dignidade e a autonomia.
A primeira fase do projeto decorreu entre setembro e dezembro de 2021, sendo avaliados 181 utentes de 15 ERPIs da Área Metropolitana do Porto. Os resultados preliminares gerais refletem uma população envelhecida com elevada prevalência de fragilidade (77.3%), associada, em média, a baixa capacidade funcional. Este valor é superior ao reportado noutros estudos e especula-se que se deva, em parte, ao isolamento dos utentes e à cessação de atividades estimulantes durante a pandemia.
Em janeiro de 2022, iniciou-se a segunda fase, através de intervenção em diversas ERPIs de cariz social do concelho de Vila Nova de Gaia, com o apoio da Divisão de Ação Social e Voluntariado, que decorrerá até final de julho de 2022. As sessões de exercício físico com a população mais velha identificada como frágil são implementadas em pequenos grupos nas diversas instituições por profissionais de desporto, com mestrado em Atividade Física para a Terceira Idade.
Este projeto terá a duração de dois anos, sendo que se pretende alargar a mais instituições de cariz social e privadas, particularmente no concelho de Vila Nova de Gaia, em estreita colaboração com a Divisão de Ação Social e Voluntariado da Câmara de Vila Nova de Gaia.