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10 Mai 2023
Lançado o concurso para a construção da linha Rubi
Apresentação de propostas até 17 de julho
O dia 10 de maio ficou marcado por mais um passo na melhoria da mobilidade na região. Numa cerimónia presidida pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, foi lançado o concurso para a construção da Linha Rubi (H), que ligará Santo Ovídio e as Devesas, em Gaia, ao Campo Alegre e à Boavista, no Porto, uma obra que inclui uma nova ponte sobre o rio Douro. O prazo para os eventuais concorrentes apresentarem propostas termina a 17 de julho, sendo expetativa da Metro do Porto que as obras possam arrancar em novembro deste ano.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática destacou que esta linha e a nova ponte sobre o Douro vão "expandir a cobertura territorial do sistema do metro da Área Metropolitana do Porto, mas, acima de tudo, reduzir os problemas de congestionamento" entre o Porto e Vila Nova de Gaia. Aludindo à retirada de veículos particulares das ruas, Duarte Cordeiro sublinhou "a expectativa de chegar a 12 milhões de novos passageiros, e, acima de tudo, evitar a emissão de 12 mil toneladas de dióxido de carbono" durante o primeiro ano de operação da linha Rubi.
Já o presidente da Câmara Municipal de Gaia considerou tratar-se de "uma das mais estruturantes obras de mobilidade urbana da nossa região”, destacando a importância de se "alavancar o uso do transporte público em zonas essenciais das nossas cidades, captando passageiros para o sistema e cumprindo metas sociais e ambientais”. De acordo com Eduardo Vítor Rodrigues, a linha Rubi vai permitir "um eixo estruturante que começa em Santo Ovídio, rebatendo na Linha Amarela e na futura estação da alta velocidade, vai às Devesas, rebatendo com a linha ferroviária do Norte, e segue pela Arrábida até ao Campo Alegre e à Boavista”. Com a concretização desta linha, as obras de extensão da linha Amarela e de construção da linha Rosa, atualmente em curso, e o futuro alargamento a Gondomar, Maia, Matosinhos ou Trofa, a rede poderá "evoluir de um modelo de antenas, tradicional na origem da Metro do Porto, para um verdadeiro modelo de anéis integrados, ou aquilo a que se pode chamar uma rede", salientou ainda. "Assim se faz o futuro das nossas cidades”, concluiu Eduardo Vítor Rodrigues, depois de lembrar a importância da escolha da cor rubi para batizar a nova linha. "O rubi remete para o facto de a linha cruzar o entreposto do Vinho do Porto”, para a sua internacionalização, e com esta cor "valoriza-se a sua relação com a história dos territórios, das pessoas e das empresas. Somos obra e trabalho, mas somos também alma espírito e identidade”.
O presidente da Câmara Municipal do Porto lembrou o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2030, o que não será possível "se não formos capazes de arranjar uma substituição para o transporte individual". Considerando tratar-se de "um dia feliz", Rui Moreira disse sentir "total compreensão" face às críticas de quem defende que a ponte "não é onde devia ser" ou a "ponte que devia ser", mas afirmou ter "menos paciência para aqueles que dizem que devíamos pôr ali os automóveis a andar em cima, ou que o metrobus vai incomodar os automóveis, porque essas mesmas pessoas querem que os outros cumpram com os compromissos ambientais, mas não são capazes de fazer os sacrifícios". O autarca do Porto salientou, ainda, as atuais boas relações com o Eduardo Vitor Rodrigues, lembrando que os dois municípios estavam "de costas voltadas” em 2012 e que têm sido "capazes de trabalhar em conjunto, resultando em benefício para as populações de ambos os concelhos”.