Câmara Municipal de Gaia

Com a adesão do Município de Vila Nova de Gaia à Rede Fast Track Cities, num momento que decorreu a 14 de abril, no Auditório Manuel Menezes de Figueiredo, na presença da secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, a autarquia pretende dar resposta à Agenda de Desenvolvimento Sustentável no que diz respeito à luta contra a epidemia do VIH até 2030. Juntando-se a outras cidades como Porto, Lisboa ou Odivelas, os objetivos passam por atingir zero estigma relacionado com o VIH, cumprindo a chamada meta dos 95-95-95 até 2030, ou seja, 95% das pessoas que vivem com VIH sabem o seu estado serológico, 95% das pessoas que sabem que o seu estado serológico é positivo estão em tratamento antirretroviral e 95% das pessoas em tratamento tem cargas virais suprimidas.

Dário Silva, vereador da Câmara Municipal de Gaia com o pelouro da saúde, abriu a cerimónia, dando a palavra a Yolanda Manuel, representante da International Association of Providers of AIDS Care (IAPAC), que fez uma apresentação aprofundada do projeto. «Doenças Infeciosas – Vulnerabilidades Territoriais: A importância das Áreas Metropolitanas» foi a base para a discussão seguinte, com intervenções de enorme relevo, nomeadamente de Maria José Santos, coordenadora regional do Programa ARS Norte VIH. Para a responsável, "as fronteiras administrativas das cidades já não refletem a realidade física, social, económica, cultural ou ambiental do desenvolvimento urbano, sendo necessárias formas de governação inovadoras e flexíveis que incluam a participação de cidadãos informados e de parceiros relevantes, de acordo com a especificidade e as necessidades locais de cada município ou freguesia”. Melhorar a literacia em saúde e veicular mensagens preventivas sobre VIH e IST (Infeções Sexualmente Transmissíveis) deverão ser uma das principais apostas. "Melhorar e agilizar os procedimentos de acesso aos cuidados de saúde para as populações mais vulneráveis, particularmente os imigrantes não documentados, reclusos, pessoas que praticam sexo remunerado ou cidadãos nacionais sem registos no Serviço Nacional de Saúde” foi outro dos caminhos a seguir apontados pela especialista. 

Seguiram-se Isabel Carvalho, diretora do Programa Nacional para a Tuberculose; Paula Meireles, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP); Tiago Teixeira, diretor do Serviço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho; José Queiroz, da Agência Piaget para o Desenvolvimento Vila Nova de Gaia (APDES) e, por fim, de Hélder Ferreira, um emotivo testemunho na primeira pessoa.

A cerimónia incluiu, ainda, o momento de assinatura da Declaração de Paris entre o Município de Gaia, o IAPAC, a secretaria de Estado e as entidades parceiras, nomeadamente o Centro de Saúde Pública Doutor Gonçalves Ferreira (INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge), o Programa Nacional para a Tuberculose da Direção-Geral da Saúde, o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, o Agrupamento de Centros de Saúde Grande Porto VII – Gaia (ACES Gaia), o Agrupamento de Centros de Saúde do Grande Porto VIII Espinho/Gaia – (ACES Espinho/Gaia) e a Agência Piaget para o Desenvolvimento. Depois de assinado o protocolo, a autarquia está preparada para constituir a rede Fast Track Cities, e juntamente com as entidades, discutir planos, iniciativas e medidas. 

De referir que, além dos municípios envolvidos, esta rede conta com quatro principais parceiros, nomeadamente: a International Association of Providers of AIDS Care, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/AIDS, o Programa de Aglomerados Humanos (ONU-Habitat) e a Cidade de Paris.