A 28 de setembro, foi dado um importantíssimo passo no caminho de uma "revolução na mobilidade”. No terminal ferroviário de Campanhã, no Porto, foi apresentado o projeto de alta velocidade para ligação de Lisboa ao Porto e de Porto a Vigo, uma promessa com décadas, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, e que contou também com a presença do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
Por sua vez, a construção de uma única nova ponte rodoviária e ferroviária sobre o rio Douro é uma solução com viabilidade técnica comprovada, tal como anunciou Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, entidade promotora do projeto. "Do ponto de vista financeiro é muito mais barato fazer uma ponte do que duas pontes [sobre o rio Douro, ligando o Porto e Gaia]. A viabilidade técnica da fusão das duas pontes está perfeitamente comprovada. Relativamente aos impactos sobre o Douro, é obviamente muito benéfico fazer apenas uma ponte. Esta é uma solução totalmente viabilizada e que será decidida nas próximas semanas”, referiu.
A construção está dividida em três fases, estando a conclusão da primeira, o troço entre Porto e Soure, prevista até 2028. Com a concretização desta primeira fase, os passageiros poderão beneficiar de uma redução de 40 minutos na sua viagem entre Porto e Lisboa. Por sua vez, a concretização final do projeto irá permitir uma redução do tempo de viagem, das atuais 2h49 do serviço alfa pendular para apenas 1h15, numa viagem sem paragens.
Vila Nova de Gaia terá uma estação em Santo Ovídio, uma infraestrutura absolutamente decisiva e que irá reforçar a importância desta interface. "Ficará no cruzamento de duas linhas de metro (a amarela e rubi), estando já a ser desenvolvidos trabalhos com a Metro do Porto no sentido de ajustar o projeto da estação de metro da linha rubi para ficar articulado com a futura estação de alta velocidade para que o passageiro que chegue a Santo Ovídio de alta velocidade possa imediatamente apanhar o metro sem ter de vir à superfície. Será uma estação que servirá toda a zona sul da Área Metropolitana do Porto e será também a solução indicada para acesso à área ocidental do Porto”, explicou Carlos Fernandes.
O projeto está previsto no Plano Nacional de Investimentos 2030, estimando-se que no primeiro semestre de 2023 sejam lançados os primeiros concursos para contratação de empreitadas. Para António Costa, o país "tem condições financeiras para assumir este projeto com tranquilidade e sem sobressaltos que o ponham em causa”, afirmou, no encerramento da cerimónia.