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“Atuar em vez de reagir” para salvar cada gota de água
Notícias e Destaques 23 Mar 2023 “Atuar em vez de reagir” para salvar cada gota de água Conferência discutiu estratégias e políticas para uso eficiente
 
Na conferência «Uso Sustentável da Água – Cada Gota Conta», organizada pelo JN em colaboração com a Área Metropolitana do Porto (AMP), ficou, uma vez mais, evidente que a redução de perdas e do consumo de água, bem como a reutilização hídrica, são fundamentais na gestão deste recurso. Numa iniciativa que decorreu no Dia Mundial da Água, 22 de março, o presidente da AMP e da Câmara Municipal de Gaia destacou que se impõe, perante um bem cada vez mais escasso, "um conjunto de novas estratégias de educação, de intervenção no espaço público, de mudança de mentalidades. Prevenir em vez de remediar, atuar em vez de reagir”.

Numa iniciativa que decorreu na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, Eduardo Vítor Rodrigues recordou que "a AMP e a Agência Portuguesa do Ambiente assinaram, há nove meses, um protocolo de colaboração técnica e financeira para ações de sensibilização para uma utilização eficiente e racional da água”. Neste contexto, apelou: "Não podemos pensar em estratégias apenas em agosto, quando as bacias e as barragens estão vazias; ou no inverno, quando as cheias acontecem. É importante que se faça, intensamente, este debate na região. Porque se é verdade que não somos os mais afetados, também é verdade que quando procuramos as boas práticas é, sobretudo, no Norte que elas encontram. E precisamos de continuar a refletir para fazer cada vez melhor e salvaguardar este bem essencial”, apelou.

Eduardo Vítor Rodrigues não deixou de parte, ainda, a questão do preço da água: "É preciso discutir o preço, que é não apenas um fator de educação, mas também de dissuasão de maus comportamentos", defendeu, acrescentando ser "fundamental que a entidade reguladora esteja atenta e denuncie” situações em que o preço da água suscite dúvidas.

Já a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), na voz do seu vice-presidente, Pimenta Machado, anunciou que os planos regionais de reutilização hídrica estão a ser alargados, seguindo, depois do Algarve e do Alentejo, para Trás-os-Montes, cujo Nordeste apresenta uma situação "muito difícil, com barragens com pouca capacidade de reserva de água”. 

Joaquim Poças Martins, por seu turno, alertou para o perigo do "envelhecimento das condutas e das infraestruturas”, que classificou como "uma bomba-relógio”. "Foram construídas nos anos 1990, já estão a aproximar-se do período em que dão problemas", alertou o investigador, concluindo: "Se não fizermos nada, vai correr mal, mas há condições para que corra bem, porque temos as ferramentas necessárias. A sustentabilidade é a palavra-chave”.

Na abertura da conferência, o presidente da Câmara Municipal do Porto, lembrando que Portugal está muito exposto às alterações climáticas, destacou que a implementação de "boas políticas públicas” e o incremento da "responsabilidade coletiva" são dois eixos centrais para "evitar o desperdício de um bem que é de todos”. Rui Moreira destacou que os municípios têm uma grande responsabilidade nesta matéria, defendendo que "cada gota de água deve ser gerida preferencialmente pelo município”. Neste contexto, exemplificou que "a cidade do Porto funciona como uma espécie de 'esponja': quando chove, armazenamos toda a água que cai em excesso, para lhe darmos, posteriormente, o melhor aproveitamento possível”.