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Compreendi

Os vestígios da ocupação humana do seu território até agora conhecidos remontam a 100.000 anos (Paleolítico Médio europeu), a que se seguem os monumentos funerários neolíticos designados por mamoas, ainda pouco estudados, que remontarão ao Calcolítico (cerca de 3.000 a. C.). O Bronze Final (cerca de 750 a. C.) está representado na necrópole de Gulpilhares I e pelo achado de machados de talão. A Idade do Ferro está evidenciada nos povoados castrejos distribuídos pelas elevações estratégicas, sendo o maior o Castro do Monte Murado em Pedroso, onde foram encontradas duas placas de bronze (Tesseraehospitales) datadas dos anos 7 e 9 com um texto em latim gravado que refere um pacto de hospitalidade entre os Túrdulos Velhos, a etnia local vinda do Mediterrâneo no século V. a. C., e os Romanos que se vinham a implantar no território, aqui chegados por mar à Barra do Douro e por terra à medida que foi sendo construída a estrada que ligava Olisipo a Bracara, ainda hoje o principal eixo viário do país.

São por isso numerosos os vestígios romanos que a Arqueologia vai pondo a descoberto no território, nomeadamente nos castelos de Gaia e de Crestuma, dois povoados castrejos fortificados para controlo do Rio Douro e das mercadorias que um intenso comércio de longo curso aqui trazia e daqui levava para o mundo mediterrânico. Com a fragmentação do Império Romano e o protagonismo de suevos e visigodos na Península Ibérica emergem na região as duas principais povoações da região situadas nas margens do Douro junto da sua foz, o Portucale Castrumantiqum (Gaia) e o Portucale Castrumnuovum (futura cidade do Porto), as quais acabarão por dar o nome ao condado e ao país nascente, que se afirmará contra os asturo-galaicos a norte, os leoneses, e mais tarde castelhanos, a nascente e os mouros a sul. A Barra do Douro é também a porta de entrada do Cristianismo que se irá implementar na região, sobretudo a partir da chegada de S. Martinho de Dume em 550, reforçando o protagonismo da sé metropolitana de Braga neste processo. Existem vestígios paleocristãos desta época no Castelo de Gaia e no Castelo de Crestuma. Após a reconquista definitiva de Coimbra em 1064, de quem dependia a paróquia de Portucale do sul, o Rio Douro deixa de ser fronteira entre mouros e cristãos, ficando dos primeiros alguns vestígios na toponímia e na mitologia, sendo muito mais impercetíveis os vestígios dos vikings e dos normandos, que nos deixaram, entre outros, os barcos rabelos, e originaram o contacto com a Europa do norte, como complemento às ligações ancestrais com o Mediterrâneo.

Durante o período da dependência da monarquia asturo-leonesa, o território gaiense foi dividido em senhorios laicos de fronteira, com famílias ligadas à principalidade condal e real, e senhorios eclesiásticos através da fundação de mosteiros, como os de Grijó e de Pedroso, que permaneceriam durante séculos a marcar a vida económica da região, enquanto os restantes deram origem algumas das freguesias já referidas.